NÃO SE MATE! - Alcemar C Cardoso - Sobrevivendo as fases 1

 NÃO SE MATE!

SOBREVIVENDO AS FASES

Nessa primeira conversa vamos falar da dor que é imposta a vida de alguém que acabou de descobrir uma traição, ou se deparou diante de uma tragédia familiar. Vamos discutir o nível dela e como suportá-la. 

SUPORTE A DOR

Vai doer mesmo! Tudo o que acredita foi desfeito do dia para noite. Não respeitou a história afetiva construída desde a infância. Ter a família dos sonhos, o emprego, o amor, a vida, os projetos. E de repente tudo se desfaz como fumaça. Restando um coração batendo em meio as cinzas das coisas passadas. Acredite, de dor eu entendo. Vai doer mesmo!

Mas houve alguém na bíblia que sofreu mais do que você. Reclama de um casamento que se foi? Ele perdeu todos os seus bilhões em bens num único dia. Se tornou deca-orfano filho – perdeu os dez filhos de uma só vez, numa festa. Sua saúde foi abalada, ficando leproso, jogado na rua, assentado sobre as cinzas de sua decepção e os cacos de telha daquilo que um dia foi seu abrigo. E os cacos eram usados na esperança de trazer sentido, tato, ao corpo que já não mais sentia. Como se não bastasse, sua mulher, seu apoio emocional, pede sua morte. Morte de suas crenças, que outrora ela era beneficiada. Até entendo sua posição, foram dez filhos de uma vez. Dez dores de parto e dez alegrias. Dez alegrias transformadas em tristeza de uma só vez. Jó escuta: _ Amaldiçoa seu Deus e morre! Nada pode ser mais doloroso. Como amaldiçoar a fonte da vida? A fonte dos bens? Da alegria? Como morrer seria a melhor alternativa? Jó rejeita morrer. Rejeita amaldiçoar seu criador. Ele aceitou o castigo. A provação. A dor. As ofensas. E no dia exato, Deus mudou sua sorte. Ele disse: Antes Te conhecia de ouvir falar, mas hoje meus olhos Te veem.

Suporte a dor você é mais forte que imagina.


A SENSAÇÃO DE SENTIR O MUNDO DESABAR SOBRE NÓS?

A sensação de que o mundo está desabando sobre nós, pode ser descrita de várias maneiras, dependendo do contexto clínico e da intensidade dos sentimentos. Alguns dos termos mais comuns incluem:

ANSIEDADE: Um estado de inquietação, medo ou preocupação intensa, frequentemente acompanhada de sintomas físicos como aumento da frequência cardíaca, sudorese e sensação de sufocamento.

CRISE DE PÂNICO: Um episódio súbito e intenso de medo ou desconforto extremo, onde a pessoa pode sentir que está perdendo o controle, enlouquecendo ou que algo terrível está para acontecer.

DESESPERO: Um sentimento profundo de desesperança, onde a pessoa acredita que não há saída ou solução para seus problemas.

SOBRECARGA EMOCIONAL: Quando os sentimentos e as pressões se acumulam a ponto de a pessoa sentir que não consegue mais lidar com eles, levando a uma sensação de colapso.

DEPRESSÃO: Embora mais ampla, a depressão pode envolver sentimentos de vazio, desamparo e a sensação de que a vida está desmoronando.

Essas sensações podem ser muito debilitantes, e é importante buscar ajuda profissional se alguém estiver experimentando esses sentimentos de forma persistente.

 

MEMÓRIAS AFETIVAS

As memórias afetivas podem ser entendidas de maneiras distintas dentro das abordagens da psicanálise, psicologia e psiquiatria. Aqui está uma visão geral de como cada uma dessas disciplinas pode conceituar as memórias afetivas:

PSICANÁLISE: As memórias afetivas são compreendidas como experiências emocionais que estão profundamente enraizadas no inconsciente. Sigmund Freud e outros psicanalistas acreditam que essas memórias, especialmente as relacionadas à infância, têm um impacto significativo no comportamento e nos processos mentais ao longo da vida. Elas podem ser reprimidas, ou seja, mantidas fora da consciência, mas ainda influenciam as emoções e as ações do indivíduo. A terapia psicanalítica muitas vezes busca trazer essas memórias à consciência para que possam ser trabalhadas e integradas de maneira saudável.

PSICOLOGIA: As memórias afetivas são vistas como registros de experiências passadas que têm uma carga emocional significativa. Elas são armazenadas no cérebro juntamente com as emoções associadas à experiência original. Essas memórias podem ser evocadas por estímulos específicos, como cheiros, sons ou lugares, que desencadeiam a mesma emoção sentida durante a experiência original. Psicólogos cognitivos estudam como essas memórias são codificadas, armazenadas e recuperadas, bem como seu impacto no comportamento e na tomada de decisões.

PSIQUIATRIA: As memórias afetivas são consideradas em termos de sua influência sobre a saúde mental e os transtornos psiquiátricos. Certos transtornos, como o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), envolvem a reativação de memórias afetivas traumáticas que causam sofrimento significativo. A psiquiatria também explora como essas memórias podem ser moduladas por tratamentos farmacológicos e psicoterapias, com o objetivo de reduzir o impacto negativo dessas memórias sobre o bem-estar do paciente.

Em resumo, a psicanálise foca no inconsciente e na influência de memórias reprimidas sobre o comportamento; a psicologia estuda o armazenamento, recuperação e impacto das memórias emocionais; enquanto a psiquiatria enfoca na relação entre memórias afetivas e transtornos mentais, com intervenções terapêuticas para manejar seus efeitos.

Essas três visões oferecem perspectivas complementares sobre como as memórias afetivas moldam nossa experiência e comportamento.

 

O QUE ACONTECE COM A MENTE QUANDO HÁ UM ROMPIMENTO BRUSCO COM ESSAS TERNAS LEMBRANÇAS?

Quando há um rompimento brusco com memórias afetivas, especialmente aquelas que são ternas ou emocionalmente significativas, a mente pode passar por uma série de reações complexas e frequentemente dolorosas. Dependendo da intensidade da perda ou da ruptura, essas reações podem variar de leve desconforto a sérios problemas psicológicos. A seguir, uma visão de como isso pode se manifestar de acordo com diferentes abordagens:

PSICANÁLISE: Um rompimento brusco com memórias ternas pode levar à ativação de mecanismos de defesa, como a repressão ou a negação. Sigmund Freud sugeriu que quando uma experiência emocionalmente carregada é interrompida, a mente pode reprimir essa memória para evitar o sofrimento consciente. No entanto, essa repressão não elimina o impacto da memória; em vez disso, ela pode ressurgir indiretamente através de sintomas neuróticos, sonhos, ou comportamentos inconscientes. A perda ou ruptura pode reativar conflitos infantis não resolvidos, exacerbando o sofrimento emocional.

PSICOLOGIA: Desse ponto de vista, especialmente dentro das abordagens cognitivas e comportamentais, um rompimento brusco com memórias ternas pode causar uma dissonância cognitiva, onde a pessoa luta para reconciliar a perda com suas crenças ou expectativas. Isso pode levar a sentimentos de tristeza profunda, ansiedade, ou mesmo depressão. Além disso, memórias afetivas que são reativadas sem a possibilidade de resolução podem desencadear uma resposta de estresse intenso, onde o indivíduo experimenta ruminação, dificuldade de concentração e alterações no comportamento. O sistema límbico, especialmente a amígdala, pode entrar em um estado de hiperatividade, exacerbando a resposta emocional.

PSIQUIATRIA: Um rompimento brusco com memórias afetivas pode ser visto como um fator precipitante para transtornos mentais, como a depressão maior, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), ou transtornos de ansiedade. A perda de uma conexão emocional significativa pode desestabilizar o equilíbrio emocional do indivíduo, resultando em sintomas como insônia, perda de apetite, anedonia (incapacidade de sentir prazer), e pensamentos suicidas. Em casos extremos, pode ocorrer um colapso psicológico, onde a pessoa perde temporariamente a capacidade de funcionar de maneira adaptativa no dia a dia. Tratamentos psiquiátricos, incluindo medicação e terapia, podem ser necessários para ajudar a mente a processar a perda e restabelecer a estabilidade emocional.

 

REAÇÕES COMUNS APÓS UM ROMPIMENTO BRUSCO COM MEMÓRIAS TERNAS:

LUTO E TRISTEZA PROFUNDA: Sentimento de perda emocional intensa.

ANSIEDADE E ESTRESSE: A mente pode entrar em estado de alerta, com pensamentos intrusivos sobre a perda.

REPRESSÃO E NEGAÇÃO: A mente pode tentar bloquear ou distorcer a realidade para evitar o sofrimento.

DEPRESSÃO: Sentimentos persistentes de desesperança e desespero podem se desenvolver.

SINTOMAS PSICOSSOMÁTICOS: Manifestações físicas do sofrimento emocional, como dores de cabeça, fadiga, ou problemas digestivos.

Essas reações são parte do processo de adaptação da mente à nova realidade, e o apoio terapêutico é muitas vezes crucial para ajudar a pessoa a lidar com a ruptura e integrar a experiência de forma saudável.

 

O QUE É A DOR?

A dor é uma experiência complexa que envolve aspectos físicos, emocionais e psicológicos. Ela pode ser definida e compreendida de diferentes maneiras, dependendo da perspectiva adotada. Aqui está uma visão abrangente do que é a dor:

ASPECTO FÍSICO (BIOLÓGICO): Do ponto de vista biológico, a dor é um sinal de alerta do corpo para indicar que algo está errado, como uma lesão ou uma doença. Esse sinal é transmitido através do sistema nervoso, começando nos receptores de dor (Nociceptores), que detectam estímulos potencialmente prejudiciais, como calor, frio, pressão ou lesões químicas. Esses sinais são então transmitidos ao cérebro, onde são processados e interpretados como dor. A dor pode ser aguda (de curta duração) ou crônica (persistente), e serve como um mecanismo de defesa para proteger o corpo de danos maiores.

ASPECTO EMOCIONAL E PSICOLÓGICO: A dor não é apenas uma sensação física; ela também tem uma dimensão emocional e psicológica. A forma como a dor é percebida e sentida pode variar significativamente de pessoa para pessoa, dependendo de fatores como o estado emocional, experiências passadas, e contexto social. A dor emocional, como a tristeza profunda, o luto ou o sofrimento mental, também é uma forma de dor que, embora não tenha uma base física direta, pode ser tão debilitante quanto a dor física. A dor psicológica pode ser resultado de perdas, traumas ou situações de grande estresse.

ASPECTO FILOSÓFICO E EXISTENCIAL: Na filosofia e nas ciências humanas, a dor é frequentemente explorada em termos de seu significado e impacto na existência humana. Filósofos como Friedrich Nietzsche discutiram a dor como uma parte inerente da vida que pode levar ao crescimento pessoal e ao fortalecimento do caráter. A dor é vista como uma experiência universal que conecta as pessoas em sua vulnerabilidade e humanidade, mas que também pode ser fonte de sofrimento profundo e questionamento existencial.

ASPECTO SOCIAL E CULTURAL: Culturalmente, a dor pode ser entendida e expressada de maneiras muito diferentes. Algumas culturas veem a dor como algo a ser suportado em silêncio, enquanto outras podem encorajar a expressão aberta do sofrimento. As práticas e crenças culturais podem influenciar a maneira como a dor é tratada e compreendida, desde os rituais de cura até as abordagens médicas.

Em resumo, os aspectos Biológico é um mecanismo de defesa do corpo, sinalizando lesão ou disfunção; o Emocional/Psicológico é uma experiência subjetiva influenciada por fatores emocionais e mentais; enquanto o Filosófico/Existencial é um aspecto inerente da condição humana, carregado de significado e potencial para crescimento; e o aspecto Social/Cultural é uma experiência moldada por práticas e crenças culturais.

A dor é, portanto, uma experiência multifacetada que vai além de uma simples resposta física, envolvendo um complexo entrelaçamento de fatores biológicos, emocionais, psicológicos e culturais.

 

A DOR DA FALÊNCIA

A dor da falência, ou a dor associada ao fracasso financeiro, pode ser entendida através das várias dimensões que a dor pode assumir. Esse tipo de dor é frequentemente complexo, envolvendo aspectos emocionais, psicológicos, econômicos e sociais. Aqui está uma visão abrangente sobre o que é a dor da falência e como ela pode ser experienciada:

ASPECTO ECONÔMICO: A falência envolve a incapacidade de cumprir obrigações financeiras, o que pode levar à perda de bens, fechamento de empresas, e dificuldades financeiras pessoais. Isso causa uma dor econômica direta, relacionada à perda de estabilidade financeira, segurança e futuro econômico. A falência pode resultar em uma série de consequências práticas, como o despejo, a venda de ativos e a dívida significativa.

ASPECTO EMOCIONAL E PSICOLÓGICO: A dor emocional da falência é profunda e multifacetada. Ela pode incluir:

VERGONHA E HUMILHAÇÃO: O fracasso financeiro pode levar a sentimentos intensos de vergonha e humilhação, especialmente se a pessoa sente que não atendeu às expectativas sociais ou pessoais.

ANSIEDADE E ESTRESSE: A incerteza financeira pode causar níveis elevados de estresse e ansiedade, com preocupações constantes sobre como atender às necessidades básicas e lidar com as dívidas.

TRISTEZA E DEPRESSÃO: A perda de status social, a sensação de fracasso e o impacto na qualidade de vida podem levar a sentimentos de tristeza profunda e depressão.

ASPECTO SOCIAL: A falência pode afetar as relações sociais e familiares. As pessoas podem enfrentar estigmatização social, julgamento por parte de amigos e familiares, e a necessidade de redefinir suas interações sociais e sua identidade. O impacto pode ser particularmente severo em culturas onde o sucesso financeiro é fortemente valorizado.

ASPECTO FILOSÓFICO E EXISTENCIAL: Do ponto de vista filosófico e existencial, a dor da falência pode provocar uma crise de identidade e um questionamento mais profundo sobre o sentido e propósito da vida. A experiência de falência pode desafiar a percepção de sucesso e valor pessoal, levando a uma reavaliação dos próprios objetivos e prioridades.

 

A DOR DE PERDER 10 FILHOS

Perder dez filhos é uma experiência de dor extremamente profunda e complexa, e seu impacto pode ser devastador em múltiplas dimensões. A perda de múltiplos filhos pode intensificar a dor e trazer desafios adicionais. Aqui estão algumas maneiras de entender essa dor:

ASPECTO EMOCIONAL:

TRISTEZA PROFUNDA: A tristeza pela perda de cada filho é incomensurável. Quando múltiplos filhos são perdidos, essa tristeza se multiplica e pode se tornar esmagadora.

DESESPERO E DESOLAÇÃO: A perda repetida pode levar a um sentimento de desespero e desolação, onde o luto parece interminável e insuportável.

CULPA E AUTO-BLAME: Os pais podem se sentir culpados ou se perguntar se poderiam ter feito algo diferente para evitar as perdas, um sentimento que pode ser exacerbado quando há múltiplas perdas.

ASPECTO PSICOLÓGICO:

TRAUMA E PTSD: A perda de múltiplos filhos pode resultar em trauma psicológico significativo, possivelmente levando ao transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). Os pais podem reviver repetidamente o evento da perda e experimentar flashbacks, pesadelos e uma sensação persistente de alerta.

DEPRESSÃO PROFUNDA: A dor contínua pode evoluir para uma depressão profunda, onde o indivíduo sente uma perda de sentido e propósito na vida.

ASPECTO SOCIAL:

ISOLAMENTO SOCIAL: A dor intensa pode levar ao isolamento social, onde os pais podem se retirar de amigos, familiares e atividades sociais devido ao sofrimento ou à sensação de incompreensão.

ESTIGMA E JULGAMENTO: Dependendo das circunstâncias, os pais podem enfrentar julgamentos ou estigmatização, especialmente se as perdas foram associadas a condições que outros não compreendem bem.

ASPECTO ESPIRITUAL E EXISTENCIAL:

CRISE DE FÉ: A perda de múltiplos filhos pode levar a uma crise de fé ou a questionamentos existenciais profundos sobre o sentido da vida e a presença de um propósito ou justiça divina.

BUSCA POR SIGNIFICADO: Os pais podem buscar um significado ou uma explicação para a perda, tentando entender como integrar essa experiência em suas crenças e valores pessoais.

 

PIOR DO QUE QUEM JUROU ESTAR COM VOCÊ NA SAUDE E NA DOENÇA, É QUEM FICA CONTIGO E DESEJA SUA MORTE

Quando alguém que prometeu estar ao seu lado na saúde e na doença se revela como alguém que deseja sua morte, isso pode ter um impacto psicológico e emocional profundo e devastador. Aqui estão algumas das possíveis consequências e impactos desse tipo de traição:

ASPECTO EMOCIONAL:

TRAIÇÃO E DESILUSÃO: A descoberta de que alguém próximo e confiável deseja seu mal pode levar a sentimentos intensos de traição e desilusão. A quebra de uma promessa fundamental pode resultar em uma sensação de desamparo e desconfiança.

RAIVA E RESSENTIMENTO: A pessoa pode experimentar raiva profunda e ressentimento em relação a quem fez a promessa, bem como em relação a si mesma por ter confiado na pessoa.

TRISTEZA E LUTO: Além da tristeza pela traição, pode haver um luto pelo relacionamento idealizado que nunca existiu ou que foi destruído.

ASPECTO PSICOLÓGICO:

BAIXA AUTOESTIMA: Sentimentos de rejeição e desvalorização podem afetar a autoestima. A pessoa pode começar a duvidar de seu próprio valor e capacidade de formar relacionamentos saudáveis.

ANSIEDADE E MEDO: A sensação de estar em perigo ou de não ser seguro pode provocar ansiedade e medo persistentes, afetando o bem-estar geral e a sensação de segurança pessoal.

ASPECTO RELACIONAL:

DIFICULDADE EM CONFIAR: A traição pode levar a uma dificuldade significativa em confiar em outros, prejudicando a capacidade de formar e manter relacionamentos saudáveis no futuro.

ISOLAMENTO SOCIAL: A pessoa pode se retirar socialmente para evitar mais danos emocionais, levando a um possível isolamento e solidão.

ASPECTO ESPIRITUAL E EXISTENCIAL:

CRISE ESPIRITUAL: A quebra de uma promessa tão fundamental pode levar a uma crise espiritual, onde a pessoa questiona suas crenças sobre a bondade, a justiça e a moralidade. Pode haver uma reavaliação de valores e crenças fundamentais.

SENTIMENTO DE DESESPERANÇA: A percepção de que alguém tão próximo deseja seu mal pode criar um sentimento de desesperança e questionamento sobre o propósito e o significado da vida.

 

O QUE ACONTECE COM UM PACIENTE QUE PERDE A ESPERANÇA E A FÉ?

Quando um paciente perde a esperança e a fé, isso pode ter um impacto significativo em sua saúde mental e emocional. A perda de esperança e fé geralmente se manifesta em diversos aspectos e pode afetar profundamente a qualidade de vida do indivíduo. Aqui está uma visão abrangente do que pode acontecer:

ASPECTO PSICOLÓGICO:

DEPRESSÃO PROFUNDA: A perda de esperança e fé pode levar a uma depressão grave. A pessoa pode sentir-se desesperançada, sem propósito e incapaz de encontrar alegria nas atividades diárias.

ANSIEDADE E PÂNICO: A falta de esperança pode criar um sentimento constante de insegurança e apreensão sobre o futuro, resultando em altos níveis de ansiedade e, em alguns casos, ataques de pânico.

SENTIMENTOS DE INUTILIDADE: A perda de fé pode levar a uma sensação de inutilidade ou inadequação, com a pessoa se sentindo incapaz de mudar sua situação ou de encontrar um propósito em suas ações.

ASPECTO EMOCIONAL:

TRISTEZA E LUTO: A perda de esperança pode resultar em uma tristeza profunda e um luto não apenas pela situação atual, mas também pela perda das expectativas e sonhos para o futuro.

FRUSTRAÇÃO E RAIVA: Pode haver sentimentos de frustração e raiva, tanto direcionados a si mesmo quanto a outras pessoas ou a circunstâncias percebidas como injustas.

ASPECTO COMPORTAMENTAL:

ISOLAMENTO SOCIAL: A pessoa pode se retirar de interações sociais e atividades, evitando contato com amigos, familiares e até mesmo profissionais de saúde.

FUGA OU COMPORTAMENTOS AUTODESTRUTIVOS: A falta de esperança pode levar a comportamentos autodestrutivos, como abuso de substâncias, automutilação ou outros comportamentos de risco.

ASPECTO COGNITIVO:

DIFICULDADE DE CONCENTRAÇÃO: A perda de esperança e fé pode afetar a capacidade de concentração e tomada de decisões, com a mente frequentemente focada em pensamentos negativos e desesperançados.

VISÃO NEGATIVA DO FUTURO: A pessoa pode ter uma visão pessimista do futuro, acreditando que nada pode melhorar e que seus esforços são inúteis.

ASPECTO ESPIRITUAL:

CRISE ESPIRITUAL: A perda de fé pode resultar em uma crise espiritual, onde o indivíduo questiona suas crenças e valores fundamentais, enfrentando dúvidas existenciais profundas sobre o significado da vida e o propósito.

 

RESUMO DE SOBREVIVENDO AS FASES

A DOR DA TRAIÇÃO E DAS TRAGÉDIAS FAMILIARES

Nesta primeira aula, exploramos a dor intensa que acompanha a descoberta de uma traição ou a vivência de uma tragédia familiar. A dor é inevitável e avassaladora, principalmente quando ela destrói tudo aquilo em que acreditávamos. Desde cedo, muitos de nós sonhamos com uma vida plena—com uma família, um emprego estável, projetos bem-sucedidos. Mas, de repente, tudo pode desmoronar como fumaça, deixando apenas um coração solitário em meio às cinzas do que antes nos sustentava.

Um exemplo bíblico poderoso é o de Jó, que enfrentou perdas muito maiores do que a maioria de nós poderia imaginar: perdeu toda a sua fortuna em um único dia, seus dez filhos em um único evento, e sua saúde, tudo ao mesmo tempo. Apesar de todo o sofrimento e da desesperança da sua esposa, que lhe pediu para amaldiçoar a Deus e morrer, Jó se recusou a abandonar sua fé. Sua história nos ensina que é possível suportar a dor, mesmo quando parece insuportável.

ALCEMAR C CARDOSO
É formado em Gestão Ambiental, é Palestrante, Locutor de Rádio,
Artista Plástico, Poeta, Escritor e Autor de cinco livros.



REFERÊNCIAS

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